São José do Egito comemora 111 anos de emancipação política

Blog Mais Pajeú Nesta segunda, 09 de março, é feriado municipal em São José do Egito, onde serão comemorados os 111 anos de Emancipação Política do Berço Imortal da...

Por João Paulo Pereira em 09/03/2020 às 07:30:09
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Nesta segunda, 09 de março, é feriado municipal em São José do Egito, onde serão comemorados os 111 anos de Emancipação Política do Berço Imortal da Poesia.
São José do Egito foi elevada à categoria de Cidade através da Lei Estadual nº 991, a 01 de Julho de 1909. Por decisão da sociedade egipciense ficou estabelecido que a emancipação política deveria ser comemorada em 09 de março, quando o então governador do Estado, extraoficialmente, deu poderes emancipatórios ao novo município.
Localizada no Alto Sertão do Pajeú a cidade de São José do Egito tem como principal marca a poesia popular. A cidade é conhecida como "Capital dos Repentistas" ou "Berço Imortal da Poesia", dado ao grande número de cantadores famosos nascidos no município. De cada dez dos mais representativos poetas populares do Nordeste, pelo menos sete são egipcienses. E essa concentração é confirmada pela maioria dos estudiosos da arte popular nordestina.
A região onde fica o município de São José do Egito foi habitada, originalmente, por vários povos indígenas; Um dos que se tem noticia foram os Os Chocós, que viviram nas proximidades do Rio Pajeú, a partir da colonização do Freio Vital de Frascarolo, religioso italiano, veio o povoado de Chocó, então município de Flores. Além dos Chocós, também há registro de que os índios Pipipãs e os Avis também habitaram a região a centenas de anos atrás.
Esses índios foram expulsos de suas terras por colonizadores no idos do século XVIII, num processo de ocupação comandado por um homem de nome capital Antônio Vieira de Melo.
Aproximadamente 200 anos depois, na primeira metade do século XIX, mais ou menos pelo ano de 1830, segundo alguns historiadores, um grupo de fazendeiros da serra da Borborema resolveu morar num ponto de encontro do Riacho São Felipe com o Rio Pajeú.
Esses fazendeiros trouxeram toda família e o que tinham, entre animais e bens matérias, construíram suas casas e montaram uma pequena vila, logo ergueram uma capela e dedicaram-na a São José.
Espaço construído com madeira nativa e barro (taipa). Com a capela, muita gente da região começou a frequentar o lugar, pouco tempo depois, algumas pessoas vieram morar mais próximo da capela e a vila foi crescendo.
A cerca de 18 quilômetros dali, já existia uma fazenda com o nome de São Pedro, lá também tinha uma capela dedicada a São José, em torno da qual também começará a surgir um povoado. Com ciúmes da nova povoação que surgirá ali perto, tão próximo da sua, os moradores de São Pedro, não aceitaram a construção da nova capela, assim, tocaram fogo na "nova" capela, com santo e tudo. Daí a origem do nome de Queimadas.
Destruir a capela da localidade de nada adiantou, pois os novos moradores da região reconstruíram o templo, maior e reforçado, feito de alvenaria, com tijolos, perto do lugar que existia a outra, porem um pouco mais próximo do rio. Ao redor dessa nova capela a então localidade de Queimadas crescia, enquanto que São Pedro decaía.
Em mais duas tentativas fracassadas os moradores de São Pedro tentaram acabar com a capela de Queimadas, mais não conseguiram, pois os habitantes de Queimadas reagiram e saíram vitoriosos dessa luta.
ORIGEM DO NOME DA CIDADE
No ano de 1838, um fazendeiro de nome Inácio do Nascimento de Souza, cedeu um terreno e em 1839, um missionário capuchinho iniciou uma campanha para a construção de uma nova e maior igreja na comunidade, essa só veio ser concluída 26 depois, no ano de 1865, a partir dai o povoado ganhou o nome de São José das Queimadas.
Depois de São José das Queimadas, veio o nome de São José da Ingazeira, isso porque a vila pertencia à época a comarca de Ingazeira.
O nome de São José do Egito só veio com a lei provincial nº 1.516, de 11 de Abril de 1881.
O por que do nome São José do Egito?
Existem duas explicações; uma tem haver com a parte da história religiosa do lugar e a outra com a riqueza cultural dessa terra:
Na religiosidade, quando da capela dedica a São José foi construída à aproximadamente 200 anos, uma imagem de São José veio de Portugal para cá, quando a imagem chegou em solo egipciense, foi reparado nela, que os pés eram cobertos por uma bota.
Segundo historiadores, em Israel, por onde Jesus andou, à milhares de anos, não se usava botas e a região que esse tipo de indumentária era usada era o Egito, logo começaram a chamar a imagem de José do Egito, dai a origem do nome São José do Egito.
Já na parte cultural, veia poética é tão forte, que os poetas antigamente eram tidos como verdadeiros faraós de tão importantes que eram para a sociedade da época e até hoje.
O poeta representava a cultura de uma forma tão magistral que foram criadas até dinastias de faraós em São José, como no Egito, com os reis e faraós de lá, essa é a explicação poética para o nome São José do Egito.
Segundo estudiosos, existiram três dinastias de poetas em São José do Egito, a primeira representada pelo grande poeta Antônio Marinho, a segunda pelo magistral Rogaciano Leite e a terceira pelo rei dos trocadilhos Lourival Batista. Esses homens, com seu lirismo, ajudaram a disseminar as sementes da poesia pelo mundo.
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