Ex-secretĂĄrio do governo Dilma morre eletrocutado aos 41 anos

Por Folhapress Diogo Sant'ana, ex-secretĂĄrio executivo da Secretaria Geral da PresidĂȘncia da RepĂșblica durante o governo de Dilma Rousseff, morreu no dia 31 de dezembro, aos

Por João Paulo Pereira em 02/01/2021 às 12:49:01
Por FolhapressDiogo Sant'ana, ex-secretĂĄrio executivo da Secretaria Geral da PresidĂȘncia da RepĂșblica durante o governo de Dilma Rousseff, morreu no dia 31 de dezembro, aos 41 anos, ao encostar em uma grade eletrificada em uma praia de Florianópolis. O advogado deixa dois filhos e grandes amigos. O velório e o enterro acontecerão no cemitĂ©rio GethsĂȘmani, em São Paulo, a partir das 10h30. Em nota, o ex-presidente Lula disse: "O nosso futuro perde uma pessoa com inteligĂȘncia, conhecimento, Ă©tica e comprometimento com as causas sociais, com um Brasil que precisamos reencontrar nesses tempos difĂ­ceis". "A morte do companheiro Diogo Sant'ana priva o Brasil de um dedicado militante da causa dos direitos humanos e um brilhante advogado", disse Dilma, em nota. "Era indispensĂĄvel, pela sua competĂȘncia, cultura, dignidade e generosidade. Sua morte trĂĄgica, ainda tão jovem, entristece a todos nós, que tivemos o privilĂ©gio de conviver com ele." No bairro do Socorro, na periferia da zona sul de São Paulo, Diogo Sant'ana foi criado apenas pela mãe, uma professora de história que morreu quando ele tinha 23 anos. Não conhecia o pai. A despeito de tudo, formou-se em direito pela USP (Universidade de São Paulo), onde tambĂ©m concluiu seu doutorado. Em sua carreira como advogado, atuou nos setores pĂșblico e privado. Mudou-se para BrasĂ­lia e, no Senado, foi secretĂĄrio parlamentar. Durante os governos de Lula (2003- 2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), trabalhou no gabinete da PresidĂȘncia da RepĂșblica, na Secretaria Geral do Governo e na Casa Civil. Após deixar BrasĂ­lia, mudou-se para os EUA com a então esposa, LĂ­via, onde aprendeu inglĂȘs. Nesse perĂ­odo, concluiu o mestrado em administração pĂșblica pela Universidade Harvard. De volta ao Brasil, começou a trabalhar como sócio no escritório de advocacia de VinĂ­cius Marques de Carvalho, ex-presidente do Cade. Amigos de longa data, os dois se conheceram no movimento estudantil da USP. Entre as memórias compartilhadas entre eles estĂĄ o jogo histórico da Copa do Mundo, em Belo Horizonte, no qual a seleção brasileira de futebol foi derrotada pela Alemanha por 7 a 1. VinĂ­cius conta que, enquanto o Brasil jĂĄ perdia de 5 a 0 e a multidão no estĂĄdio parecia desolada, Diogo ainda tinha esperanças. "Ele gritava, tentava colocar o time pra frente, falava que dava para virar. Era uma pessoa que nunca teve limites para se doar às causas que defendia." Diogo passou a maior parte da carreira no setor pĂșblico. Foi lĂĄ que se aproximou de movimentos sociais. Atuava nos NĂșcleos de Acompanhamento de PolĂ­ticas PĂșblicas da Fundação Perseu Abramo e como advogado do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais ReciclĂĄveis. "Aos seus olhos, tornamo-nos gente, agentes detentores de justiça, cidadãos na plenitude da palavra", diz nota da associação.
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