Morre no Recife o ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco, aos 73 anos

Por G1 PE Morreu, na tarde desta terça-feira (3), o ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco Cavalcanti. Ele tinha 73 anos e estava internado no Hospital PortuguĂȘs, na...

Por João Paulo Pereira em 03/08/2021 às 17:36:55

Por G1 PE

Morreu, na tarde desta terça-feira (3), o ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco Cavalcanti. Ele tinha 73 anos e estava internado no Hospital PortuguĂȘs, na ĂĄrea central do Recife, onde passava por tratamento contra o câncer de pâncreas.

Joaquim Francisco tambĂ©m foi prefeito do Recife, deputado federal e ministro do Interior. Ele deixou a esposa, trĂȘs filhas e cinco netos. Segundo o hospital, ele estava internado desde 14 de junho.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), decretaram luto oficial de sete dias no estado e na cidade.

Segundo a Secretaria de Imprensa do governo de Pernambuco, o velório ocorrerĂĄ no PalĂĄcio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, a partir das 8h de quarta (4).

A famĂ­lia do ex-governador informou que a cerimônia de cremação estĂĄ marcada para 15h de quarta, no CemitĂ©rio Moirada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. Essa solenidade serĂĄ restita a parentes próximos e amigos.

Trajetória

Joaquim Francisco começou cedo na vida pĂșblica. Em 1967, entrou pela primeira vez no PalĂĄcio do Campo das Princesas, sede do executivo estadual, como oficial de gabinete de Nilo Coelho, então governador de Pernambuco.

TrĂȘs anos depois, ele se formou em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Como advogado, atuou no Instituto Nacional de Colonização e reforma AgrĂĄria (Incra) e na Junta Comercial do estado, onde foi procurador.

Durante a ditadura militar (1964-1985), Joaquim se filiou à Arena, partido que dava sustentação ao regime. Em 1975, se tornou secretĂĄrio estadual de Ação Social, no governo de Moura Cavalcanti, que era seu primo.

Na primeira eleição para governador, após o golpe militar, em 1982, coordenou a campanha de Roberto Magalhães (PDS) ao principal cargo do Executivo pernambucano.

Com a vitória de Magalhães, Joaquim foi escolhido para ser prefeito do Recife. Na Ă©poca, os chefes de executivo dos municĂ­pios eram indicados pelos governadores e não eleitos pela população.

Como prefeito da capital, apoiou a eleição indireta de Tancredo Neves (MDB) para a presidĂȘncia da RepĂșblica, no Congresso Nacional.

Um dos marcos da gestão à frente do Recife foi o Viaduto Tancredo Neves, que liga as Zonas Sul e Oeste da cidade. TambĂ©m foi na gestão de Joaquim que o Parque da Jaqueira, na Zona Norte, foi construĂ­do.

Na eleição para a Constituinte de 1986, Joaquim Francisco se elegeu deputado federal pelo PFL. Presidiu a comissão que aprovou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impõe limites aos gastos dos governantes.

Quando JosĂ© Sarney assumiu a presidĂȘncia da RepĂșblica, com a morte de Tancredo Neves, Joaquim se tornou ministro do Interior. TrĂȘs meses depois, teve divergĂȘncias com a cĂșpula e deixou o cargo, fazendo muitas crĂ­ticas.

Em 1988, na primeira eleição para prefeito desde a ditadura militar, Joaquim se candidatou no Recife. Ganhou o pleito de Marcus Cunha (PMDB), que era apoiado pelo então governador Miguel Arraes e o então prefeito da cidade, Jarbas Vasconcelos.

Ele renunciou ao cargo e, em 1990, se candidatou ao governo de Pernambuco. No pleito estadual, venceu Jarbas Vasconcelos.

Sua gestão à frente do governo ficou marcada pela privatização do banco estadual, o Bandepe. Mais de 90 agĂȘncias foram fechadas e muitos trabalhadores perderam o emprego.

Quando saiu do governo, Joaquim foi para os Estados Unidos com a famĂ­lia. Na capital americana, assumiu um cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Depois, foi para o Banco Mundial (Bird).

De volta, em 1996, retomou a atividade polĂ­tica. Ele se elegeu mais duas vezes para a Câmara dos Deputados.

Em 2006, sofreu a derrota na eleição para deputado. Depois, fez uma aliança à esquerda e, em 2010, virou suplente de senador de Humberto Costa (PT), jĂĄ filiado ao PDSB.

Comunicar erro

ComentĂĄrios