Anvisa rejeita uso de CoronaVac para crianças e adolescentes
Por AgĂȘncia Brasil
A AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) rejeitou o pedido do Instituto Butantan para o uso da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes de 3...
Por AgĂȘncia Brasil
A AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) rejeitou o pedido do Instituto Butantan para o uso da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos.
Em reunião extraordinĂĄria realizada nesta quarta-feira (18), a diretoria colegiada da agĂȘncia avaliou que, com as informações apresentadas pelo Butantan, não Ă© possĂvel concluir sobre a eficĂĄcia e a segurança da dose nessa faixa etĂĄria.
"Os dados de imunogenicidade deixam incertezas sobre a duração da proteção conferida pelo imunizante", informou a Anvisa, por meio de nota.
De acordo com a agĂȘncia, o perfil de segurança da vacina tambĂ©m não permite concluir quais os riscos para crianças e adolescentes - em grande parte, devido ao nĂșmero considerado insuficiente de participantes nos estudos.
"Faltaram ainda dados que considerassem a vacinação em faixas etĂĄrias especĂficas. TambĂ©m não Ă© conhecida a eficĂĄcia ou a capacidade de indução de resposta imune pela vacina em crianças com comorbidades e imunossuprimidas."
Para prosseguir com a solicitação de inclusão da faixa etĂĄria de 3 a 17 anos, o Butantan, segundo a Anvisa, precisa apresentar informações pendentes e submeter um novo pedido à agĂȘncia.
A CoronaVac recebeu autorização temporĂĄria de uso de emergencial por parte da Anvisa em janeiro. A aprovação das doses sob essa condição permanece enquanto perdurar a situação de emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica decorrente da pandemia de covid-19 no Brasil.
Atualmente, a vacina da Pfizer Ă© a Ășnica aprovada para crianças e adolescentes de 12 a 17 anos. JĂĄ a farmacĂȘutica Janssen, que oferece imunização contra a doença em dose Ășnica, recebeu autorização para a condução de estudos com menores de 18 anos no Brasil.
Terceira dose
Durante a reunião extraordinĂĄria, a diretoria colegiada da Anvisa decidiu recomendar ao MinistĂ©rio da SaĂșde que considere a possibilidade de indicar uma dose de reforço, em carĂĄter experimental, para grupos que receberam duas doses da CoronaVac, priorizando pacientes imunossuprimidos e idosos, entre outros.
"A decisão sobre a utilização da dose de reforço ou uma terceira dose deve ser centralizada e coordenada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI)", destacou a agĂȘncia. "Antes de avançar nos debates sobre doses adicionais, porĂ©m, Ă© preciso alertar para a necessidade de ampliação e integralidade da cobertura vacinal a todos os cidadãos aptos".
AtĂ© o momento, a Anvisa recebeu dois pedidos de autorização para pesquisa clĂnica a fim de investigar os efeitos de uma dose adicional da vacina contra a covid-19 - um da Pfizer e um da Astrazeneca.
Dados de imunogenicidade
A diretoria colegiada da Anvisa recomendou ainda que o Butantan apresente dados complementares de imunogenicidade, importantes para avaliar a capacidade da CoronaVac de estimular a produção de anticorpos no organismo, alĂ©m de verificar por quanto tempo essas molĂ©culas permanecem ativas.
"Embora a CoronaVac tenha demonstrado proteção significativa contra a hospitalização por covid-19 e óbitos pela doença, a prevalĂȘncia de diferentes variantes do coronavĂrus ao longo do tempo e em locais diferentes pode impactar potencialmente a eficĂĄcia observada em ensaios clĂnicos", destacou a agĂȘncia.