As instituições financeiras passarão a oferecer aos clientes a possibilidade de definir limites distintos de movimentação no Pix durante o dia e a noite, permitindo limites mais baixos no perĂodo noturno. Elas tambĂ©m passarão a permitir o cadastramento prĂ©vio de contas que poderão receber Pix acima dos limites estabelecidos, mantendo os limites baixos para as demais transações.
Outras medidas
 permitir que os participantes do Pix retenham uma transação por 30 minutos durante o dia ou por 60 minutos durante a noite para a anĂĄlise de risco da operação, informando ao usuĂĄrio sobre a retenção;
 tornar obrigatório o mecanismo, jĂĄ existente e hoje facultativo, de marcação no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) de contas com indĂcios de utilização em fraudes no Pix, inclusive no caso de transações realizadas entre contas do mesmo participante;
 permitir consultas ao DICT para alimentar os sistemas de prevenção à fraude das instituições, de forma a coibir crimes envolvendo a mesma conta em outros meios de pagamento e com outros serviços bancĂĄrios;
 exigir que os participantes do Pix adotem controles adicionais em relação a transações envolvendo contas marcadas no DICT, inclusive para fins de eventual recusa a seu processamento, combatendo assim a utilização de contas de aluguel ou os chamados laranjas;
 determinar que os participantes de arranjos de pagamentos eletrônicos compartilhem, tempestivamente, com autoridades de segurança pĂșblica, as informações sobre transações suspeitas de envolvimento com atividades criminosas;
exigir das instituições reguladas controles adicionais sobre fraudes, com reporte para o ComitĂȘ de Auditoria e para o Conselho de Administração ou, na sua ausĂȘncia, à Diretoria Executiva, bem como manter à disposição do Banco Central tais informações;
 exigir histórico comportamental e de crĂ©dito para que empresas possam antecipar recebĂveis de cartões com pagamento no mesmo dia, reduzindo a ocorrĂȘncia de fraudes.
Prevenção de crimes
Em nota, o BC informou que as medidas ajudarão a prevenir crimes ligados aos meios eletrônicos de pagamento. "Em conjunto, essas medidas, bem como a possibilidade de os clientes colocarem os limites de suas transações em zero, aumentam a proteção dos usuĂĄrios e contribuem para reduzir o incentivo ao cometimento de crimes contra a pessoa utilizando meios de pagamento, visto que os baixos valores a serem eventualmente obtidos em tais ações tendem a não compensar os riscos", informou o órgão em comunicado.
Para o BC, os mecanismos de segurança presentes no Pix e nos demais meios de pagamento não são capazes de eliminar por completo a exposição de seus usuĂĄrios a riscos. No entanto, o trabalho conjunto do Banco Central, das instituições reguladas, das forças de segurança pĂșblica e dos próprios usuĂĄrios permitirĂĄ reduzir a ocorrĂȘncia de prejuĂzos.
Pedido
O Banco Central atendeu à reivindicação dos bancos. Nesta semana, diversas instituições financeiras pediram ao órgão o endurecimento de regras do Pix para dificultar a ação de criminosos. Desde março, os limites do Pix estavam igualados aos das transferĂȘncias eletrônicas. Em abril, os usuĂĄrios passaram a poder personalizar os limites no aplicativo das instituições financeiras.
Apesar da praticidade, as mudanças aumentaram os casos de fraudes, de roubos e de sequestros relâmpago relacionados ao Pix. Criminosos aproveitavam da rapidez das transferĂȘncias instantâneas para aplicarem golpes ou forçarem vĂtimas a transferir elevadas quantias durante a noite para a conta de laranjas. O dinheiro era, em seguida, pulverizado para outras contas, dificultando o rastreamento pelas instituições financeiras e pelas forças de segurança.