Devido ao isolamento social pandêmico, os casos de ansiedade aumentaram significativamente. O Brasil é o país que lidera o ranking dos ansiosos. Segundo dados de 2020 da Organização Mundial da Saúde (OMS),
9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade, e a depressão afeta 5,8% da população.
Ainda de acordo com a entidade, a depressão é a doença que mais contribui com a incapacidade no mundo.Ela é também a principal causa de mortes por suicídio, com cerca de 800 mil casos por ano.
As principais causas estão associadas a questões pessoais, sociais e econômicas. Ambas as situações pedem tratamento especializado, e mesmo multidisciplinar, em que a alimentação pode atuar como um auxiliar para a retomada da normalidade.
Hormônios fora do eixo
De acordo com o psicólogo José Roberto da Silva, entre os principais sintomas de ansiedade estão a dificuldade de concentração, frequência cardíaca elevada, respiração ofegante e sensação de cansaço.
É preciso ficar atento a esses sinais, que podem atrapalhar de forma altamente negativa a nossa vida. O especialista ainda fala que tanto em quadros de ansiedade como em depressão ocorre desequilibro hormonal. "Este desequilíbro diminui alguns hormônios responsáveis pelo bem-estar, felicidade e prazer, como a dopamina e serotonina", comenta.
Alimentação é amiga
"Acrescentar alguns alimentos à dieta pode ajudar no controle do transtorno, principalmente quando damos preferência àqueles ricos em probióticos, triptofano, magnésio, ômega-3, e vitamina C. Esses nutrientes ajudam a regular a flora intestinal e aumentam a produção de serotonina, hormônio conhecido por ser o responsável pela nossa felicidade", comenta a nutricionista Bettina Del Pino.
E se há substâncias que agem como gatilhos do bem-estar, ter uma alimentação saudável pode mesmo reduzir os sintomas de transtornos, contribuindo para a melhora da saúde mental, já que a combinação de certas de vitaminas, minerais e gorduras boas pode ajudar as funções cerebrais, proporcionar mais energia e controlar as emoções.
Vale ressaltar que a alimentação não cura ansiedade ou depressão, mas podem contribuir na diminuição dos sintomas, é aconselhável acompanhamento psicológico.
O que evitar?
A nutricionista clínica e esportiva, Liliane Oliveira, conta que, da mesma forma que existem ingredientes que corroboram para uma boa saúde mental e emocional, há outros que devem ser evitados por agravarem as crises. É o caso daqueles que são ricos em açúcares e sódio, lanches fast food, bebidas alcoólicas, gorduras trans e até café.
"O café contém cafeína, que provoca o aumento do cortisol (homônimo liberado no estresse), que em altas quantidades aumenta os sintomas de ansiedade. Bebidas alcóolicas podem desequilibrar a serotonina e outros neurotransmissores associados ao prazer e relaxamento"", detalha a profissional.
Amigos da saúde mental
O ômega 3 é uma gordura que ajuda no funcionamento do cérebro e reduz ansiedade. Fontes: atum, salmão, sardinha, linhaça, chia, castanhas, etc
O magnésio é mineral que ajuda em casos de ansiedade e estresse. Fontes: sementes de abóbora, linhaça, chia, banana, aveia. etc
O triptofano ajuda a produzir serotonina. Fontes: queijo, banana, ovo, chocolate, castanhas, peixes, cacau, frango, etc
A vitamina C é um poderoso antioxidante. Fontes: acerola, laranja, goiaba, limão, brócolis, etc
Fonte: Por Vitória Queiroz - Portal Folha de Pernambuco