Candidata a deputada por São Paulo recebe apenas um voto: "É frustrante"

Candidata a deputada estadual pelo Agir conta que recebeu R$ 5 mil do partido só em 17 de setembro e atĂ© contratou equipe na reta final para fazer campanha, mas não surtiu resultado.

Por João Paulo Pereira em 04/10/2022 às 07:39:42
Candidata a deputada estadual em SP Â- Foto: Arquivo pessoal

Candidata a deputada estadual em SP ïżœ- Foto: Arquivo pessoal

Thamires Oliveira (Agir), de 33 anos, foi a única pessoa no estado de São Paulo a receber apenas um voto: o dela. A vendedora disputava uma vaga para deputada estadual.

"Fiz campanha, fiz reunião, fiz tudo. Mas, infelizmente, o voto não entrou. Somente o meu. A campanha estava na rua. Contratei pessoas para trabalhar. É frustrante, na verdade, porque antes da campanha a gente jĂĄ fica com muita ansiedade. VocĂȘ não consegue dormir. É uma pressão muito estressante", disse ao g1.

A moradora da Zona Leste da capital recebeu R$ 5 mil em 17 de setembro do Fundo Eleitoral da direção estadual do Agir para a campanha e um pacote com milhares de santinhos em "dobradinha" com o presidente do partido, Carlos Roberto, candidato a deputado federal. Como não aprovou o material, não distribuiu, segundo ela.

"Recebi R$ 5 mil uma semana antes da votação. O partido em si não deu nenhuma assistĂȘncia. Tenho até alguns amigos que se candidataram também. Não tinha muito o que fazer e voluntariamente ninguém quer trabalhar", afirmou.

Outros candidatos do partido criaram um grupo num aplicativo de mensagens justamente para reclamar da falta de repasses do partido.

A candidata contratou duas pessoas e montou uma pequena equipe para atuar na região em que mora. O trabalho foi "de porta em porta", segundo ela conta.

"Não tive nada de voto. É vergonhoso. Imaginei da seguinte forma: "Creio mesmo se eu ganhasse uma suplĂȘncia, seria muito mais fĂĄcil para ajudar a comunidade, tanto minha mãe, que é assistente social, como a comunidade". Foi uma campanha "presa". Meus familiares estavam com outras pessoas", detalhou, sobre os votos de parentes.

Com pouco mais de duas semanas antes da votação do primeiro turno, a maioria dos partidos políticos ainda não tinha atingido os percentuais mínimos de transferĂȘncia do Fundo Eleitoral para as candidaturas de mulheres e negros, conforme determina a legislação. Em 15 de setembro, dois dias antes de a candidata receber o valor, o Agir jĂĄ tinha atendido à cota.

"Não escolhi me candidatar"

Thamires conta que um amigo a convidou para conhecer o partido meses antes das eleições. Com a proposta de ser mais uma mulher na política, ela se filiou e entregou a documentação.

"Foi uma coisa que eu optei e ninguém sabia. Me convenceram, ficou no esquecimento alguns meses e perto da campanha entraram em contato. Não escolhi me candidatar. Apareceu, eu entrei e ficou esquecido. Mais ou menos dois meses antes da campanha, a secretĂĄria entrou em contato comigo. Eu jĂĄ estava dentro e não tinha como desistir mais. Eu falei: "Vou dar continuidade, vamos ver no que vai dar"."

Fonte: Por Carlos Henrique Dias, g1 SP

Comunicar erro

ComentĂĄrios