"Por volta das 5h10, me levantei, fui ao banheiro e fiquei cambaleando. E disse: 'meu Deus!' pensei logo em labirintite, em triglicerídeo, em colesterol alto, que a gente sente logo. E corri para a sala. Quando eu cheguei na sala, tenho dois lustres, eles estavam balançando também. Então, assim, era o terremoto. Corri para o Google e vi que tinha acontecido um terremoto, naquele momento, em magnitude de 6.5 em Tarauacá", relata.
Já em junho de 2022, um terremoto de magnitude 6,5 atingiu a região da fronteira entre o Peru e o Brasil. O tremor ocorreu por volta de 22h no horário de Brasília, a uma profundidade de 616 km e a cerca de 111 km da cidade de Tarauacá, no Acre.
Este terremoto é mais um que entra para a lista dos maiores já registrados no Brasil. Em janeiro de 2019, os moradores de Tarauacá sentiram um terremoto que, de acordo com Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), chegou a magnitude 6,8.
No caso do terremoto registrado no dia 20 deste mês, o tremor ocorreu a 614,5 quilômetros de profundidade e a 124 km de Tarauacá. Contudo, jornalista Gilson Oliveira disse que sentiu o tremor de terra. Ele relata que, por volta das 16h33, estava sentado no sofá quando sentiu a casa balançando. "Perguntei se minha esposa tinha sentido, ela disse que não tinha sentido. Eu senti, foi forte", contou.
George Sand, professor de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) e integrante da Rede Sismográfica Brasileira, explica que, quanto mais profundo o terremoto, mais a energia provocada por ele é dissipada antes de chegar à superfície.
Por isso, um abalo a 600 km de profundidade é menos sentido por quem está na região. Os tremores que provocam estragos são os registrados a uma profundidade entre 30 e 50 km do solo.
"A região amazônica próxima à Cordilheira dos Andes registra tremores dessa magnitude (6,6), com profundidades que variam de 300 a 600 km. Esses terremotos acontecem porque a região concentra duas placas tectônicas. O abalo acontece quando a placa de Nazca, que é mais pesada, mergulha sob a placa sul-americana", detalha.