Educação ambiental como um dos caminhos para o enfrentamento dessa pandemia no Bioma da Caatinga

Oficinas realizadas pela Casa da Mulher do Nordeste, antes da quarentena, conscientizou agricultoras sobre agroecologia e violĂȘncia domĂ©stica. Blog do Nill JĂșnior "Foram...

Por João Paulo Pereira em 01/06/2020 às 17:02:16
Oficinas realizadas pela Casa da Mulher do Nordeste, antes da quarentena, conscientizou agricultoras sobre agroecologia e violĂȘncia domĂ©stica.Blog do Nill JĂșnior"Foram quatro meses de grandes aprendizados e trocas dialogando sobre o Bioma Caatinga, e a participação das mulheres na preservação deste bem comum. As agricultoras aprenderam a importância de controlar a desertificação e o que se pode fazer para combater, bem como as consequĂȘncias das queimadas para o solo e para as plantas. Tudo isso integrado ao trabalho realizado pelas mulheres nos seus quintais produtivos para sua autonomia econômica e polĂ­tica", disse Sara Rufino, assessora tĂ©cnica da Casa da Mulher do Nordeste. Hoje o resultado pode ser visto na prĂĄtica das agricultoras. Participaram de uma sĂ©rie de oficinas socioambientais antes do isolamento social decretado pelo Estado. As ações fazem parte do Projeto Mulheres Construindo Tecnologias e Gerando Renda no Sertão do PajeĂș, realizada pela Casa da Mulher do Nordeste, com o apoio da Fundação Banco do Brasil e do Banco Nacional do Desenvolvimento Social - BNDES por meio do convĂȘnio 17.300/2018. Em ritmo acelerado de devastação hĂĄ alguns anos, a Caatinga, que abrange cerca de 11% do território nacional, necessita urgentemente de tĂ©cnicas de manejos sustentĂĄveis. Para a agricultora Rosineide Oliveira, da comunidade de Bom Sucesso, do municĂ­pio Ingazeira, a oficina foi de muito aprendizado e jĂĄ estĂĄ colocando em prĂĄtica na sua ĂĄrea. "Foi na minha casa que aconteceu a oficina sobre o Bioma Caatinga. Eu não sabia, por exemplo, que queimar carvão era prejudicial para a saĂșde e tambĂ©m para a natureza. Agora não quero saber mais de carvão. TambĂ©m aprendemos sobre flora, floresta branca, a importância do quintal e como pulverizar com defensivos naturais as hortas. E assim, a gente vai colocando a casa em ordem", contou. Foram realizadas nove oficinas com quase 100 mulheres discutindo sobre os desafios que enfrentam para preservar o bioma caatinga nos municĂ­pios de Afogados da Ingazeira, Itapetim, Flores, Ingazeira, São JosĂ© do Egito, Tabira, Mirandiba e Solidão. Por meio da educação popular e ambiental, foram abordados os elementos que caracterizam a Caatinga, a relevância, seu papel na redução dos gases de efeito estufa e os impactos da ação humana sobre o solo, a ĂĄgua e a biodiversidade do bioma. Foi realizado trabalhos em grupos, onde as mulheres falaram tambĂ©m sobre suas relações em casa. Como prĂĄtica da instituição, não hĂĄ como discutir agroecologia, sem falar sobre Feminismo e as violĂȘncias que sofrem as mulheres. Mais do que nunca, tão necessĂĄrio na vida das agricultoras que se encontram em quarentena. "Nessa oficina aprendi sobre dividir os trabalhos domĂ©sticos. Fomos criadas para a mulher cuidar da casa, e o homem do roçado. E eu aprendi que as divisões são iguais, e isso Ă© sobre gĂȘnero. TambĂ©m aprendi a escutar as outras. VocĂȘ acha que a companheira sofre porque quer, e não Ă© verdade. Precisamos escutĂĄ-la. Foi uma experiĂȘncia e tanto, umas com as outras", relatou Maria De Lourdes Do Nascimento Siqueira, sĂ­tio Retiro, do municĂ­pio de São JosĂ© do Egito.
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