TCU suspende ampliação do BPC aprovada pelo Congresso

Por Wellton MĂĄximo - Repórter da AgĂȘncia Brasil O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas acatou nessa sexta-feira (13) à noite um pedido de medida...

Por João Paulo Pereira em 14/03/2020 às 11:11:51

Por Wellton MĂĄximo - Repórter da AgĂȘncia Brasil

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas acatou nessa sexta-feira (13) à noite um pedido de medida cautelar do MinistĂ©rio da Economia e suspendeu a ampliação do BenefĂ­cio de Prestação Continuada (BPC), aprovada pelo Congresso nesta semana. O plenĂĄrio do órgão deverĂĄ ratificar a decisão nas próximas sessões. No despacho, Dantas reiterou que um acórdão do TCU de agosto do ano passado veda a execução de qualquer gasto extra sem que se aponte uma fonte alternativa de recursos, como aumento de tributos ou remanejamento de despesas. A Lei de Responsabilidade Fiscal aponta que todo gasto deve ter uma fonte especĂ­fica de recursos. Na quarta-feira (11), o Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro a um projeto de lei do Senado que dobra a renda per capita familiar para ter acesso ao BPC. O valor mĂĄximo passou de um quarto de salĂĄrio mĂ­nimo (R$ 261,25 em valores atuais) por membro da famĂ­lia para meio salĂĄrio (R$ 522,50). A medida teria impacto de R$ 20 bilhões no Orçamento da União deste ano. Em dez anos, a despesa extra chegaria R$ 217 bilhões, o que equivaleria a mais de um quarto da economia de R$ 800,3 bilhões com a reforma da PrevidĂȘncia no mesmo perĂ­odo. Com a decisão do TCU, a ampliação do BPC fica na prĂĄtica suspensa atĂ© que haja fonte de recursos. "O aumento dos gastos decorrentes da lei em questão fica condicionado à implementação das medidas exigidas pela legislação. Na prĂĄtica, caberĂĄ ao Poder Executivo adotar as providĂȘncias a seu cargo, como as medidas de compensação previstas na legislação, o que pode se dar ao longo do ano, de forma paulatina", escreveu o ministro no despacho. Segundo Dantas, não cabe ao TCU manifestar-se sobre a constitucionalidade do projeto de lei aprovado pelo Congresso. Ele argumentou que a função do tribunal consiste em controlar a regularidade da execução da despesa e assegurar que o gestor pĂșblico aja conforme as normas. Na representação enviada ao TCU, o MinistĂ©rio da Economia explicou que o veto presidencial à ampliação do BPC foi necessĂĄrio para evitar iminente lesão às contas pĂșblicas. "Observa-se que a alteração legal em vias de se concretizar tem potencial de implicar elevado aumento dos gastos com benefĂ­cio assistencial sem que os requisitos orçamentĂĄrios e fiscais previstos no ordenamento vigente tenham sido devidamente atendidos", justificou a pasta.
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