A PolĂcia Civil do DF indiciou trĂȘs pessoas que participaram de agressões contra enfermeiros que faziam uma manifestação no dia 1Âș de maio, na Praça dos TrĂȘs Poderes.
Entre os envolvidos, estão Renan Silva Sena e Marluce Carvalho de Oliveira Gomes, militantes bolsonaristas. Renan tambĂ©m Ă© ex-funcionĂĄrio do MinistĂ©rio dos Direitos Humanos. A polĂcia tambĂ©m indiciou Sabrina Nery Silva, estudante de medicina que passava de bicicleta na hora da confusão.
Em entrevista à TV Globo no inĂcio do mĂȘs, ela contou que chegou a argumentar em defesa dos enfermeiros e acabou recebendo uma cusparada na cara. Ela então teria revidado com tapas.
Por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo, o delegado Gleyson Mascarenhas instaurou um termo circunstanciado de ocorrĂȘncia. Os envolvidos vão responder por "crimes contra a liberdade individual" que podem incluir intimidações, ameaças ou violĂȘncia fĂsica.
Os indiciamentos chegaram nesta sexta-feira (29) ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e ainda aguardam manifestação do MinistĂ©rio PĂșblico do Distrito Federal (MPDF), que pode apresentar ou não denĂșncia.
As agressões foram durante uma manifestação de um grupo de enfermeiros para homenagear colegas mortos pela Covid-19. O grupo tambĂ©m pedia para que as pessoas seguissem as recomendações da Organização Mundial da SaĂșde (OMS) de manterem o isolamento social.
Os profissionais de saĂșde acabaram cercados e ofendidos.
Em uma das filmagens, Marluce Gomes aparece insultando o grupo. Em outra ela humilha uma enfermeira e diz: "eu sinto o cheiro da sua pessoa que não toma banho direito. Esse cheiro que não passa um perfume. A gente entende quem Ă© vocĂȘ".
Rena Sena tambĂ©m aparece gritando com os enfermeiros. "VocĂȘs consomem o nosso fruto do suor, nós construĂmos essa nação", disse.
A PolĂcia Civil tambĂ©m investiga as agressões contra jornalistas, durante manifestação em apoio ao presidente Bolsonaro, em frente ao PalĂĄcio do Planalto no dia 3 deste mĂȘs. Entre as vĂtimas, o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de São Paulo, que levou socos e chutes.
Em ofĂcio enviado à direção da PolĂcia Civil, o MPDF pediu as investigações e deu prazo de 30 dias para que a polĂcia entregue os resultados. O caso tambĂ©m estĂĄ sendo analisado pela Procuradoria da RepĂșblica no DF.
Na Procuradoria Geral da RepĂșblica (PGR), um inquĂ©rito sigiloso apura manifestações pró intervenção militar.