Paulo José deixa esposa e quatro filhos: Ana, Bel e Clara Kutner, de seu relacionamento com a atriz Dina Sfat, além Paulo Henrique Caruso.
Em mais de 60 anos de carreira, Paulo JosĂ© marcou a dramaturgia brasileira com trabalhos fundamentais para o teatro, o cinema e a TV. Teve personagens inesquecĂveis, mas tambĂ©m dirigiu e participou da criação de diversas obras.
Mesmo depois de descobrir o Mal de Parkinson, doença que o acompanhou por mais de 20 anos, ele sempre se preocupou com a valorização do ofĂcio de ator. Ele lutou pela regulamentação da profissão no final dos anos 70.
Paulo JosĂ© GĂłmez de Souza nasceu em Lavras do Sul (RS), no dia 20 de março de 1937. Ele teve seu primeiro contato com o teatro na escola em BagĂ©, aos dez anos de idade.
Paulo JosĂ© mudou-se com a famĂlia para Porto Alegre e prestou vestibular para Medicina e, depois, Arquitetura, mas jĂĄ começou a carreira no teatro amador.
Ele se mudou para São Paulo no inĂcio da dĂ©cada de 60, onde começou a trabalhar com o revolucionĂĄrio Teatro de Arena - lĂĄ ele foi ator, contrarregra, assistente de direção, produtor, diretor musical, cenĂłgrafo e figurinista.
Sua estreia atuando no palco foi em 1961, na peça "Testamento de um cangaceiro". JĂĄ no cinema, ele estreou em 1965, no filme "O padre e a moça", de Joaquim Pedro de Andrade.
Nos anos 60 ele atuou em diversos filmes importantes para o Cinema Novo, como "MacunaĂma", de Joaquim Pedro de Andrade, e "Todas as mulheres do mundo", de Domingos Oliveira.
Paulo JosĂ© estreou na TV Globo em 1969, começando uma sĂ©rie de trabalho marcantes por mais de quatro dĂ©cadas.
A primeira novela foi "VĂ©u de Noiva', de Janete Clair, em 1969. Seu primeiro personagem marcante foi o mecĂąnico-inventor Shazan, que formava uma dupla cĂŽmica com Xerife, de FlĂĄvio Migliaccio, em "O Primeiro Amor' (1972), de Walther Negrão.
A dobradinha fez tanto sucesso que gerou o seriado "Shazan, Xerife e Cia.', escrito, dirigido e interpretado por Paulo e FlĂĄvio, entre 1972 e 1974. Outros personagens inesquecĂveis foram o comerciante cigano Jairom em "Explode Coração' (1995), de Gloria Perez, e o alcĂłolatra Orestes de "Por Amor' (1997), de Manoel Carlos.
Atuou em mais de 20 novelas e minissĂ©ries, entre elas, "Roda de Fogo' (1986), de Lauro CĂ©sar Muniz; "Vida, Nova' (1988), de Benedito Ruy Barbosa; "Tieta' (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares; "Araponga' (1990), de Dias Gomes, Ferreira Gullar e Lauro CĂ©sar Muniz; "Vamp' (1991), de Antonio Calmon; "O Mapa da Minha' (1993), de Cassiano Gabus Mendes; "Agora Ă© Que São Elas' (2003), de Ricardo Linhares, escrita a partir de uma ideia original do prĂłprio Paulo JosĂ©; "Senhora do Destino' (2004), de Aguinaldo Silva; "Um SĂł Coração' (2004) e "JK' (2006), minissĂ©ries de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira; "Caminho das Ăndias' (2009), de Gloria Perez; e "Morde & Assopra' (2011), de Walcyr Carrasco.
Como diretor, participou de alguns episĂłdios de "Casos Especiais' na dĂ©cada de 1980, e das minissĂ©ries "Agosto' (1993), adaptação de Jorge Furtado e Giba Assis Brasil do romance de Rubem Fonseca; "Memorial de Maria Moura' (1994), adaptação de Jorge Furtado e Carlos Gerbase da obra de Rachel de Queiroz; e "Incidente em Antares' (1994), adaptação de Nelson Nadotti e Charles Peixoto do livro homĂŽnimo de Erico VerĂssimo.
Ele tambĂ©m fez parte da equipe que implementou o programa "VocĂȘ Decide'.
Mesmo com a carreira consolidada na TV, Paulo José nunca abandonou o teatro e o cinema.
Sua Ășltima e emocionante aparição na TV foi como o vovĂŽ Benjamin na novela "Em FamĂlia' (2014), de Manoel Carlos. Ele era o pai de VirgĂlio (Humberto Martins). Como na vida real, seu personagem sofria de Mal de Parkinson.