Por Daniel Santana - Globo Esporte
HĂĄ pouco mais de um mĂȘs o Afogados surpreendeu o Brasil ao vencer nos pĂȘnaltis o AtlĂ©tico-MG pela segunda fase da Copa do Brasil. Era a maior glória do clube em seus pouco mais de sete anos de existĂȘncia. Pouco daquela euforia restou, e hoje os atletas vivem a iminĂȘncia do time ser desfeito. A maioria dos jogadores tem contrato atĂ© o dia 30 de abril e nenhum foi procurado pela diretoria.
Ă o caso do principal herói daquela noite, o goleiro Wallef. Em isolamento em sua casa, na cidade de São JosĂ© dos Calçados, interior do EspĂrito Santo, o "goleiro do bonĂ©" se diz apreensivo com o futuro próximo.
- O pagamento tĂĄ certinho, em dia. Mas fico frustrado porque estava vivendo o melhor ano da minha carreira. AtĂ© teve uma procura, mas não falaram de renovação. Meu contrato acaba no fim do mĂȘs e não tenho nada, não sei como vai ser - pontuou.
Daqui a duas semanas haverĂĄ uma reunião entre os clubes das quatro divisões do brasileiro e, dentre as pautas, estĂĄ a prorrogação (ou não) das fĂ©rias coletivas dos jogadores. Adgergom Brandão, supervisor do Afogados, explica a situação da diretoria.
- Vamos esperar uma posição de como ficarĂĄ o futebol. Tem essa reunião dos clubes no dia 15... a prorrogação dos contratos depende se o futebol vai voltar logo ou não. Eu acho difĂcil. Se não voltar, infelizmente vamos encerrar os contratos - lamenta.
O Afogados jĂĄ havia embolsado R$ 2,7 mi por ter chegado atĂ© à terceira fase da Copa do Brasil (o clube segue na competição, mas perdeu o jogo de ida por 3 a 0 para a Ponte Preta em Campinas) e divulgou que usaria o dinheiro na construção de seu centro de treinamento. O plano continua.
- O dinheiro do CT estĂĄ aplicado, não vamos mexer. Honraremos nossos compromissos com outras fontes de renda, como patrocĂnios - garante o dirigente do clube, que ainda tem, alĂ©m do Campeonato Pernambucano, a SĂ©rie D e o jogo de volta contra a Ponte Preta pela frente.