Folha de S. Paulo Parlamentares com trânsito no PalĂĄcio do Planalto e dirigentes partidĂĄrios estimam adiar para o dia 15 de novembro (feriado da Proclamação da RepĂșblica) a realização do primeiro turno das eleições municipais, caso a pandemia do conoravĂrus não arrefeça atĂ© junho, data final para decisão.
Pela proposta em debate, o primeiro turno seria adiado em 42 dias. JĂĄ o segundo turno aconteceria em 6 de dezembro ou, no mĂĄximo, no domingo seguinte (13). Nesse caso, as convenções partidĂĄrias, programadas para julho, ocorreriam em agosto.
O adiamento tem sido tema de uma sĂ©rie de reuniões virtuais entre os presidentes de nove partidos de centro-direita.
Presidentes de MDB, PSDB, DEM, PSD, Republicanos, PL, PP, Solidariedade e Avante, que participaram dos encontros, admitem o adiamento das eleições para novembro. E, à exceção do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), descartam a possibilidade de prorrogação de mandatos atĂ© 2022 para que coincidam com a disputa nacional.
Nesta semana, os lĂderes dessas siglas concordaram em retomar essa discussão em junho, apenas se a crise perdurar pelos próximos dois meses. AtĂ© lĂĄ, estĂĄ mantido o calendĂĄrio oficial com primeiro e segundo turnos nos dias 4 e 25 de outubro, respectivamente, o primeiro e o Ășltimo domingos do mĂȘs, como prevĂȘ a Constituição.
Embora a definição de nova data dependa de aprovação do Congresso, a ideia de só voltar ao debate em junho estĂĄ em consonância com o ministro do Supremo Tribunal Federal LuĂs Roberto Barroso, que, em maio, assumirĂĄ a presidĂȘncia do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Segundo o deputado Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, partido ao qual estão filiados dois filhos do presidente Jair Bolsonaro, "a priori, a maioria quer manter a data". "Ă claro que dependendo da situação da crise", acrescenta.
Segundo o presidente nacional do PSDB, Bruno AraĂșjo (PE), o tema começa a surgir no horizonte, sobretudo entre dirigentes partidĂĄrios. Ele afirma que, sem ambiente para realização da campanha em agosto, a eleição poderĂĄ ser adiada. "O que vai definir isso não Ă© a percepção, nem a vontade de a mais b. São os fatos que vão se impor", diz.
LĂder do PSD, Gilberto Kassab (SP) tambĂ©m admite a possibilidade de adiamento para novembro e ressalta a necessidade de financiamento pĂșblico de campanha. "Sem financiamento pĂșblico, seria a volta do financiamento empresarial. Ou alguĂ©m acha que o espĂrito santo vai destinar recursos para as campanhas?"
O adiamento não Ă© pauta exclusiva do centrão. EstĂĄ na agenda da esquerda. Presidente nacional do PDT, Calos Lupi conta que a ideia jĂĄ foi objeto de debate interno. "E pensamos que, conforme o desenrolar desta pandemia, Ă© provĂĄvel que tenhamos que adiar as eleições. Provavelmente atĂ© dezembro", afirma.
Segundo ele, o PDT Ă© completamente contrĂĄrio à prorrogação. "Ă um precedente perigoso que fere a democracia e gera consequĂȘncias graves."
O presidente do PSB, Carlinhos Siqueira, diz que ainda Ă© cedo para adotar essa medida. "Mas podemos ser levados pelas circunstâncias a admitir esta hipótese de adiar o pleito de outubro. Admitimos discutir o adiamento, e não a prorrogação. Entretanto, essa decisão deve ser adotada, se for o caso, em julho ou inĂcio de agosto", diz.
Embora no passado as eleições jĂĄ tenham ocorrido no dia 15 de novembro, um feriado nacional, não Ă© essa a razão para que a data esteja hoje em pauta. Mas, sim, sua aplicabilidade. Dirigentes partidĂĄrios afirmam que esse novo calendĂĄrio permitiria que o segundo turno e a montagem dos futuros governos ocorressem sem o risco de paralisia em meio aos preparativos do Natal e fim de ano.
Confira a Ăntegra aqui da reportagem aqui: Parlamentares e dirigentes partidĂĄrios estimam adiar 1Âș turno ...