Exames de Bolsonaro entregues ao STF deram negativo para coronavĂ­rus, apontam laudos

Por MĂĄrcio Falcão, Rosanne D'Agostino e Fernanda Vivas, G1 e TV Globo Laudos entregues pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que o presidente Jair Bolsonaro...

Por João Paulo Pereira em 13/05/2020 às 17:24:28

Por MĂĄrcio Falcão, Rosanne D'Agostino e Fernanda Vivas, G1 e TV Globo

Laudos entregues pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que o presidente Jair Bolsonaro teve resultado negativo nos exames para o novo coronavĂ­rus. Os exames foram abertos ao pĂșblico nesta quarta-feira (13).

Os documentos só foram divulgados após o jornal "O Estado de S. Paulo" entrar na Justiça pedindo acesso.

Antes, o presidente jĂĄ tinha anunciado os resultados negativos em redes sociais, mas se recusava a mostrar os laudos em si.

Os trĂȘs exames usaram o mĂ©todo PCR, considerado mais eficaz porque rastreia o material genĂ©tico do coronavĂ­rus. Ele identifica bem a Covid-19 a partir dos primeiros trĂȘs dias de sintomas - diferentemente do teste rĂĄpido, que tem eficĂĄcia maior após o 10Âș dia de sintomas.

Segundo ofĂ­cios anexados pela AGU no Supremo, foram utilizados nos laudos nomes de terceiros para preservação da imagem e privacidade do presidente da RepĂșblica e por questões de segurança. O CPF e a data de nascimento nos papĂ©is são, de fato, de Bolsonaro.

"Para a realização dos exames foram utilizados no cadastro junto ao laboratório conveniado Sabin os nomes fictĂ­cios Airton Guedes e Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, sendo preservados todos dados pessoais de registro civil junto aos órgãos oficiais", afirma o ofĂ­cio do Comandante LogĂ­stico do Hospital das Forças Armadas, Rui Yutaka Matsuda.

O processo chegou ao Supremo Tribunal Federal e, na noite desta terça (12), a Advocacia-Geral da União (AGU) forneceu os laudos ao ministro relator, Ricardo Lewandowski. Os papĂ©is foram mantidos em envelope lacrado e, no inĂ­cio da tarde, Lewandowski determinou a inclusão nos autos, sem sigilo.

"Determino a juntada aos autos eletrônicos de todos os laudos e documentos entregues pela União em meu gabinete, aos quais se darĂĄ ampla publicidade", afirmou o ministro na decisão.

A ação movida pelo "Estadão" foi marcada por idas e vindas. O jornal chegou a receber decisões favorĂĄveis, com a determinação de que o exame fosse entregue em 48 horas, mas o governo conseguiu reverter a ordem no Tribunal Regional Federal da 3ÂȘ Região (TRF-3).

O jornal recorreu, então, ao Supremo. Nesta terça, a AGU decidiu entregar os laudos antes mesmo de uma decisão do ministro Lewandowski.

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