Escola indĂ­gena Ă© alvo de incĂȘndio em Águas Belas, no Agreste

Por Maria Priscila Martins - Portal Folha PE Em plena pandemia, com suspensão das aulas e trabalho remoto, uma escola indĂ­gena na aldeia Fulni-Ô, no municĂ­pio de Águas...

Por João Paulo Pereira em 12/08/2020 às 07:41:40
Por Maria Priscila Martins - Portal Folha PEEm plena pandemia, com suspensão das aulas e trabalho remoto, uma escola indĂ­gena na aldeia Fulni-Ô, no municĂ­pio de Águas Belas, no Agreste pernambucano, foi alvo de um incĂȘndio. Na Ășltima semana, a Escola Estadual IndĂ­gena Marechal Rondon teve salas invadidas pelo fogo. Livros, mesas, estantes, arquivos e material de apoio escolar foram salvos por moradores da ĂĄrea que correram risco de vida para salvar uma parte da unidade escolar. O incĂȘndio tem indĂ­cios de crime, inclusive por conta um recado deixado para a comunidade na parede da escola "Vão tudo tomar no c*". "Um dia antes do incĂȘndio teve uma reunião para entregar as atividades aos pais, para as crianças que não estavam participando das aulas pela internet", informou um funcionĂĄrio da escola. De acordo com o trabalhador, a escola não tem vigilante e foi socorrida pelos próprios moradores. A unidade escolar Ă© de responsabilidade da gestão Estadual. De acordo com a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, o incĂȘndio na Escola Estadual IndĂ­gena Marechal Rondon, em Águas Belas, ocorreu no Ășltimo 8 de agosto. A gestão da unidade escolar registrou boletim de ocorrĂȘncia e acionou as polĂ­cias civil e militar para apuração do caso. A comunidade passa por um momento de "racha", de acordo com o funcionĂĄrio. Ele informou que, durante o perĂ­odo de retiro religioso da aldeia, o Ouricuri, do ano passado, a comunidade sofreu ataques de vandalismo. No Ouricuri os Fulni-Ô passam trĂȘs meses longe de suas casas. "Quando as pessoas voltavam um dia, durante o retiro, para comprar algum alimento ou pegar algo nas suas casas, encontravam casas com portas arrombadas, coisas roubadas, algumas com fezes espalhadas dentro de casa, tudo por puro vandalismo mesmo", informou. De acordo com o funcionĂĄrio, hĂĄ uma tensão local sobre a gestão da escola, que atualmente Ă© da gestão estadual. "Queriam intervir e mudar a coordenação da escola para atingir as lideranças tradicionais, mas não conseguiram", contou. A investigação estĂĄ sendo feita e a perĂ­cia jĂĄ foi ao local para apurar a situação. Os moradores que apagaram o fogo foram convocados pela PolĂ­cia Civil para depoimentos. "Acordaram a gente de madrugada, o fogo jĂĄ estava alastrado, tinham alguns vizinhos apagando com balde, com mangueira, não teve bombeiro. A gente fez isso sabendo que não era nem pra fazer, por conta de mexer no cenĂĄrio do crime, mas se a gente não fizesse isso ia prejudicar muito mais coisas na escola, tentamos minimizar a situação", relatou o funcionĂĄrio da escola que ajudou a apagar o fogo.  
Comunicar erro

ComentĂĄrios