Covid atingiu pico em Pernambuco, mas pode voltar a crescer, diz comitĂȘ cientĂ­fico

Por Fabio Nóbrega - Portal FolhaPE Pernambuco completa, nesta quarta-feira (12), cinco meses desde as primeiras confirmações oficiais de casos da Covid-19. Em 12 de março, a...

Por João Paulo Pereira em 12/08/2020 às 15:30:00
Por Fabio Nóbrega - Portal FolhaPEPernambuco completa, nesta quarta-feira (12), cinco meses desde as primeiras confirmações oficiais de casos da Covid-19. Em 12 de março, a Secretaria Estadual de SaĂșde (SES-PE) notificou um casal morador do Recife como os primeiros infectados. Em boletim publicado nessa terça-feira (11), o ComitĂȘ CientĂ­fico de Combate ao CoronavĂ­rus do Consórcio Nordeste (C4) alerta que a doença atingiu seu pico no Estado, mas pode voltar a crescer. O comitĂȘ usa vĂĄrios dados para emitir o laudo, como, por exemplo, o nĂșmero efetivo de reprodução (Rt) do vĂ­rus em Pernambuco. Atualmente, o valor encontra-se entre 1,07 e 1,38, o que indica um risco epidĂȘmico alto, uma vez que valores acima de 1 apontam para um espalhamento maior do patógeno. Em resumo, quando o nĂșmero de reprodução estĂĄ acima de 1, cada paciente pode disseminar o vĂ­rus para mais de uma pessoa, o que indica a falta de controle da doença numa determinada região. O Rt alto pode ainda levar a uma segunda onda da Covid-19 no Estado, que poderia ser atĂ© mais severa que a primeira, segundo o comitĂȘ. O comitĂȘ diz, no entanto, que o nĂșmero de óbitos no Estado vem apresentando redução na curva epidĂȘmica. Na terça, Pernambuco ultrapassou a marca de 7 mil mortes e, segundo dados do MinistĂ©rio da SaĂșde, tem a segunda maior taxa de mortalidade da região Nordeste, com 73,3 óbitos a cada 100 mil habitantes. O Ă­ndice pernambucano Ă© menor apenas que o do CearĂĄ, onde morrem 87,7 pessoas para cada 100 mil. Em geral, o comitĂȘ aponta que a prevalĂȘncia de queda dos nĂșmeros diĂĄrios de casos e de óbitos ocorre nas capitais dos estados. No Interior da região, no entanto, os Ă­ndices avançam. Segundo o consórcio, esse aumento pode ser provocado, em parte, pelas medidas de flexibilização do isolamento social dos governos locais. O comitĂȘ se baseia em recomendações da Organização Mundial de SaĂșde (OMS) para alertar sobre a flexibilização. O ideal seria flexibilizar apenas quando o Rt ficasse abaixo de 1 por pelo menos 14 dias. O alerta ainda se estende à volta prematura das atividades presenciais de ensino, o que, segundo os cientistas, pode contribuir para "estender o avanço da terrĂ­vel doença" na região.
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